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sábado, 27 de novembro de 2010

Seguindo

Quantos passos caminhei sem esperar a conhecida "luz no fim do túnel"? Apenas seguia em frente, de forma vaga e ilusória, uma ideia inocente de mundo. Confiei demais, chorei demais, andei em círculos. Deixei de dar passos importantes por puro medo de errar ou de perder o que julgava importante. A verdade é que determinadas importâncias jamais existiram. Quero dizer... foi necessário imaginá-las, foi um aprendizado, mas tudo seria melhor sem elas. Com o tempo fui aprendendo a me fechar em minha pequena toca, de modo a evitar a luz vinda do lado de fora. Afinal, quando nos acostumamos a luz e descobrimos a escuridão, tudo parece mais sobrio. Me adaptei ao escuro, ao sem cor, ao desapego. Continuei seguindo. Cheguei a um ponto em que nada mais importava. Não havia muita necessidade afetiva exalando de mim, não fazia questão de companhia. Minha visão do caos humano e a certeza de que poucas são as formas de salvar a grande maioria das pessoas me fez desacreditar que meu mundo poderia parecer melhor a olhos como os meus. Continuei seguindo. Encontrei pessoas que me fizeram ter uma pequena esperança, que mostraram valer a pena. Algumas foram tiradas de mim, outras não faziam questão da minha companhia. Não exigi nada delas. Continuei seguindo. Lágrimas se tornaram companheiras fiéis, acompanhadas de soluços silenciosos. Pesadelos começaram a surgir, cada dia mais. Nada importava, estava bem dentro da minha bela escuridão. Mais uma vez... continuei seguindo. Fui, então, a um momento diferente: algo havia acontecido. O que seriam tão belas cores surgindo em minha pequena toca? Algo tão magnífico e assustador. Demorei, mas entendi: era a luz, mas como havia entrado? Como? Sempre tomei cuidado, sempre fechei meus olhos quando luzes ameaçavam surgir. Distração, teria sido essa a causa? Não fechei bem minha toca, talvez. Não... foi mais forte. Dessa vez eu permiti, eu quis que a luz entrasse, mas eu mesma não fui capaz de notar. Foi entrando aos poucos, transmitindo raios de cores, de todas as cores, formando um arco íris que apenas eu podia ver. Agora, são essas cores que deixam meu mundo mais bonito, que me mostram como ele pode, de fato, ser. Vou abrir meus olhos, vou permitir que a luz continue entrando. Não vou deixá-la sair. Vou continuar seguindo.

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